22.11.06

Vamos refletir juntos?

Vamos refletir juntos?

Desde o primeiro dia de funcionamento desta Bienal, a curadora geral Lisette Lagnado não se dispunha a bater o recorde de visitação de Bienais, que é de cerca de 1 milhão de visitantes, obtidos na 26ª edição de 2004. Até 14 de novembro, segundo a assessoria de imprensa da Bienal, o número chegava a 350 mil. Faltando pouco mais de três semanas para o encerramento desta edição ( 17 de dezembro) é provável que esse número não ultrapasse mesmo a casa de 1 milhão. Entretanto, esta parece não ser a preocupação central desta Bienal que vem, desde o inicio do ano, realizando um projeto com várias ações culturais que tem como finalidade aprofundar os laços de comunicabilidade entre as propostas desta Bienal e o público de todas as camadas sociais. A gratuidade da Bienal é um passo para a democratização do acesso, mas não é suficiente. Na edição de 2004, a Bienal recorde, o acesso também era livre e o que se viu e ficou comprovado através de pesquisas, foi uma participação maciça das classes A e B ( 75%), ou seja, de camadas sociais que freqüentam museus e atividades culturais e que provavelmente estariam mesmo se fosse cobrado ingresso. A questão central parece não ser somente o acesso, mas a qualidade do acesso e a ampliação da composição do público freqüentador, particularmente, dos setores culturais periféricos.

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As conclusões não devem se antecipar aos fatos, masquestões paradoxais importantes para serem refletidas. Poucos projetos de bienais deram conta de quebrar paradigmas tão antigos e obsoletos como esta edição, caso das representações nacionais, da gestão soberana e unilateral de um curador ou do mosaico temático que isolava os trabalhos artísticos.

Talvez seja questão de refletirmos, entre outras coisas, se as Bienais ainda carregam a mesma importância que tiveram em outros tempos, tempos gloriosos de diretores artísticos como Mario Schemberg e Sergio Milliet ou de curadorias como a de Lourival Gomes Machado ou de Zanini.

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